25/06/2020 - Uma nuvem de gafanhotos que está avançando para o Brasil levou o Ministério da Agricultura a declarar estado de emergência fitossanitária nas áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, estados que podem ser mais afetados pelos insetos.
A nuvem de gafanhotos que avança pela Argentina está a 13º km em linha reta do município brasileiro de Barra do Quaraí, no oeste do Rio Grande do Sul, de acordo com o último levantamento do governo argentino. Para meteorologistas, a chegada vai depender da condição climática no Sul nos próximos dias.
O governo brasileiro já estuda o uso de mais de 400 aviões agrícolas para o controle de insetos, caso cheguem ao país. O sindicato que representa as empresas de aviação agrícola colocou à disposição do Ministério da Agricultura os 426 aviões pulverizadores que o Rio Grande do Sul possui.
“A aviação agrícola é considerada mundialmente uma das principais armas no combate a nuvens de gafanhotos”, disse em nota o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle.
Segundo a entidade, a ferramenta é utilizada nesse tipo de operação inclusive em ações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na África.
O ministério pediu que a Superintendências Federais de Agricultura e aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária para que realizem o monitoramento das lavouras e orientem os agricultores, principalmente os do Rio Grande do Sul, a adotarem eventuais medidas de controle de praga, caso a nuvem chegue no Brasil.
A nuvem de gafanhotos que se desloca pela Argentina e se desloca pela Argentina e se aproxima do Brasil e do Uruguai chegou ao território argentino no último fim de semana e, desde então, há monitoramento de autoridades e produtores do país vizinho para avaliar estragos e para qual direção os insetos vão seguir.
A nuvem de gafanhotos se formou no Paraguai. Como é um fenômeno espontâneo e que só é possível monitorá-lo depois que se forma, não dá para saber em que cidade exatamente isso oco rreu.
Até agora o que se sabe é que os insetos entraram no território da Argentina pela providencia de Formosa, que faz divisa com o Paraguai.
Os gafanhotos trouxeram muitos problemas para lavouras da Argentina e do Brasil nas décadas de 1930,40 e 60. Desde 20154, os argentinos voltaram a relatar a formação de nuvens de gafanhotos.
Pesquisadores indicam que os insetos têm um mecanismo genético de gregarismo, ou seja, agregados. É um comportamento natural dos gafanhotos viveram próximos, especialmente na época da reprodução.
O destino da nuvem ainda é incerto. O mapa de movimentação dos insetos mostra que estão seguindo em direção ao Sul, o que aumentaria as chances deles migrarem para o Uruguai.
O controle mais efetivo é o uso de agrotóxicos. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Adeney de Freitas Bueno, uma forma de combater a nuvem de gafanhotos é utilizar inseticidas específicos nas plantações para matar os insetos.
“Porém, o uso de inseticida é paliativo e pode não ter um resultado tão bom, pois são muitos insetos, que voam de forma muito rápida a longas distancias, em grande quantidade”, explica o pesquisador.
O uso desses pesticidas deve ser feito e indicado pelas autoridades, pois a utilização de agrotóxicos é controlada, exige receita e pode causar danos à saúde das pessoas e de outros insetos, como as abelhas. Por isso, a recomendação é para que a população não tome iniciativa.
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