17/07/2020 - Nesta sexta-feira (17 de julho de 2020) a China ultrappasou o marco de 1 milhão de casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus. O segundo país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhões de habitantes, registra uma aceleração no número de casos de coronavirus pouco mais de um mês após o fim de um rigoroso confinamento que durou 70 dias.
Embora o confinamento tenha conseguido conter a velocidade da expansão do novo coronavírus, a curva epidemiológica continuou a aumentar e o salto no número de casos acontece em um momento em que as autoridades locais impõem novas medidas de confinamento para tentar conter a pandemia.
Terceiro país do mundo em número de infecções registradas, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, o gigante país asiático registrou até esta sexta-feira mais de 25,6 mil mortes desde o início da pandemia, apontam dados oficiais publicados pelo Ministério da Saúde.
O número de óbitos por Covid-19 na Índia permanece relativamente baixo em comparação aos países mais afetados, com 18 mortes por milhão de habitantes. Nos EUA, o país mais devastado pela pandemia, são 417 por milhão de habitantes, conforme cálculos da AFP com base em dados oficiais. Especialistas chamam a atenção para o elevado índice de subnotificação.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, decretou o confinamento em 24 de março, quando o país registrava pouco mais de 500 casos de infecção pelo novo coronavírus e 10 mortes. Inicialmente, iria durar 21 dias, mas foi prorrogado até 31 de maio.
Com o isolamento, a população mais pobre sofreu por não poder trabalhar e garantir o dinheiro para a alimentação. Quase 90% dos trabalhadores do país estão no setor informal, sem salário mínimo ou mesmo direitos trabalhistas.
A partir de 1º de junho, o governou permitiu a reativação da maior parte do transporte público, de escritórios e de shoppings centers. O espaço aéreo indiano permaneceu fechado para as companhias aéreas comerciais estrangeiras. Os serviços de trem e voos domésticos estão sendo retomados. A atividade do consumidor voltou a níveis pré-pandêmicos.
O Ministério da Saúde da Índia declarou no início de julho que estava indo "relativamente bem" no gerenciamento da pandemia, destacando que o país tinha um número de mortes por milhão de pessoas muito menor do que os Estados Unidos e o Brasil.
Dados oficiais mostram que 43% das pessoas que morreram de Covid-19 tinham entre 30 e 60 anos apesar de pesquisas em todo o mundo indicarem que a doença é particularmente fatal para os idosos. Na avaliação de Muliyil, o dado sugere que muitas mortes entre os indianos mais velhos não estejam sendo relacionadas com a pandemia.
A saúde pública na Índia é gerenciada na esfera estadual, o que faz com que alguns estados se saiam melhor do que outros.
A crise levou o Ministério do Interior a intervir e disponibilizar 500 vagões ferroviários como enfermarias improvisadas para os hospitais. Em julho, Mumbai abriu quatro novos hospitais de campanha.
Apesar da corrida para disponibilizar novos leitos, as autoridades admitem estar preocupadas com a falta de profissionais de saúde treinados e experientes.
A Índia produz cerca de 1 mil respiradores e cerca de 600 mil kits de equipamentos de proteção individual por dia, de acordo com o instituto de pesquisas do governo Niti Aayog. O país é o segundo maior fabricante de kits do mundo, ficando atrás apenas da China.
Atualmente, a Índia possui sete vacinas contra a Covid-19 em vários estágios de testes clínicos. O Conselho Indiano de Pesquisa Médica prometeu que uma delas, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech, terá resultados de testes com seres humanos até 15 de agosto.
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