07/05/2025 - Nas últimas semanas, diversos meios de comunicação divulgaram que o Papa Francisco teria aprovado uma “bênção para casais do mesmo sexo”. No entanto, essa afirmação está equivocada e precisa ser esclarecida com responsabilidade e fidelidade ao que realmente ensina a Igreja.
A confusão surgiu após a publicação do documento Fiducia Supplicans, divulgado em 18 de dezembro de 2023 pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, com a aprovação direta do Santo Padre. O documento trata da possibilidade de bênçãos espontâneas e pastorais a pessoas em situações irregulares, inclusive pessoas do mesmo sexo que vivem em união afetiva. Mas há um ponto fundamental:
A bênção é dada às pessoas, não à união.
Essa frase resume todo o espírito do documento. A bênção não é matrimonial, não é litúrgica, e não é para o casal enquanto unidade. Trata-se de um gesto pastoral que reconhece a busca da graça e da misericórdia de Deus por parte de indivíduos, sem legitimar sua situação de vida ou alterar a doutrina da Igreja sobre o matrimônio.
O QUE O DOCUMENTO PERMITE?
O Fiducia Supplicans autoriza que padres possam dar bênçãos espontâneas – fora da liturgia, sem elementos rituais, sem vestes nupciais, sem troca de votos ou alianças – a pessoas que se aproximam com humildade, pedindo a ajuda de Deus.
Essas bênçãos podem acontecer em contextos simples, como uma oração pessoal ou uma visita pastoral, e nunca devem se confundir com uma cerimônia matrimonial ou de união estável.
O QUE O DOCUMENTO NÃO PERMITE?
Não se trata de um novo tipo de casamento.
Não é um sacramento.
Não se trata de uma bênção “de casal”.
Não há reconhecimento da união como válida perante a Igreja.
A DOUTRINA DA IGREJA PERMANECE A MESMA
A Igreja continua ensinando que o matrimônio é a união entre um homem e uma mulher, aberta à vida, celebrada sacramentalmente. Isso não muda.
O que muda é o acolhimento pastoral às pessoas, com base em princípios do Catecismo da Igreja Católica, que nos convida a tratar todos com respeito, compaixão e delicadeza, inclusive aqueles que vivem em situações irregulares.
Conforme o Catecismo:
“A tal pessoas, deve-se aceitar com respeito, compaixão e delicadeza.” (CIC 2358)
“Como força do Senhor que a tudo governa e a todos propõe a sua graça, pora salvação.” (CIC 2558)
A MÍDIA ERROU NA INTERPRETAÇÃO
Vários jornais, sites e programas divulgaram de maneira sensacionalista que o Papa aprovou uma bênção para “casais gays” ou que a Igreja teria mudado seu ensinamento. Isso é falso.
A interpretação correta é que o Papa não autorizou a bênção de uma união irregular, mas apenas a bênção de pessoas que vivem em situações que a Igreja reconhece como moralmente desordenadas. Essas pessoas, como qualquer uma, podem pedir a ajuda de Deus e receber uma oração espontânea, sem aprovação da situação que vivem.
CONCLUSÃO
A missão do Portal Guia Paraíso Online é informar com verdade e fidelidade à doutrina da Igreja. O documento Fiducia Supplicans é um convite à misericórdia pastoral, sem comprometer a verdade doutrinal. A bênção continua sendo um ato de amor de Deus por cada ser humano — mas jamais uma legitimação de tudo o que ele vive.
Que o Espírito Santo nos conduza ao discernimento, à caridade e à fidelidade.
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